The Importance of the Circular Economy in the Industry
(English Below) 🇵🇹
A economia global enfrenta desafios significativos com a escassez de recursos naturais, mudanças climáticas e a necessidade de promover a sustentabilidade ambiental. Neste contexto a economia circular é um modelo de produção e consumo que envolve a reutilização, reparação, renovação e reciclagem de materiais e produtos existentes, de forma a prolongar o ciclo de vida dos produtos.
A economia circular implica a redução do desperdício e dos resíduos ao mínimo, mantendo os materiais dentro da economia, quando um produto chega ao fim do seu ciclo de vida. Desta forma podem ser utilizados mais do que uma vez, o que permite criar mais valor. Não engloba só a reciclagem e gestão de resíduos, pois é um conceito amplo, que inclui o redesenho de processos, produtos e novos modelos de negócio, e otimização na utilização de recursos. Visa assim o desenvolvimento de novos produtos e serviços economicamente viáveis e ecologicamente eficientes.
Neste artigo abordamos a importância da Economia Circular para as empresas, e como a adaptação a este modelo, que é sem dúvida o futuro económico a nível global, pode trazer benefícios para as empresas e economias dos países.
Redução da dependência de importações
As empresas podem beneficiar extremamente deste modelo, graças à redução de dependência por matérias primas, mitigando os riscos associados à oferta, como a volatilidade de preços, disponibilidade e dependência das importações. Segundo a Eurostat, a União Europeia importa cerca de metade das matérias primas que consome. Isto é extremamente prejudicial para as estratégias das empresas, que encontram obstáculos inesperados devido a razões externas à UE, como conflitos políticos ou bloqueios e acidentes nos transportes.
À medida que a população mundial aumenta, e as economias se uniformizam em níveis de desenvolvimento, os países tendem a priorizar as necessidades de matérias primas das indústrias locais, antes de exportar essas matérias para outros países. Com uma maior autonomia no sourcing das matérias primas, as empresas podem garantir uma atividade sustentável, independentemente de fatores políticos internacionais.
Melhoria da competitividade da economia
A economia circular veio para ficar, estando a União Europeia a implementar medidas e legislação que visam incentivar e apoiar as empresas na adoção de medidas mais sustentáveis. Em março de 2020 a Comissão Europeia apresentou o Plano de Ação para a Economia Circular, no qual foi adotada, em fevereiro de 2021, uma resolução que exige medidas adicionais para alcançar uma economia neutra em termos de carbono e totalmente circular até 2050, incluindo metas obrigatórias para a utilização e consumo de materiais até 2030. Em março de 2022 a Comissão Europeia lançou o primeiro pacote de medidas para acelerar a transição para uma economia circular.
As empresas que se mantêm atentas a estes requisitos, e que, proativamente, implementam as medidas de economia circular, desfrutam das vantagens de “first mover”, ou seja, obtêm vantagens competitivas antes dos seus concorrentes. Todas as empresas terão de adotar medidas mais sustentáveis e de economia circular no futuro, logo, aquelas que tomam já os primeiros passos, estarão à frente da sua concorrência no futuro.
Criação de empregos
A transição para uma economia circular pode ainda aumentar a competitividade, estimular a inovação, incentivar o crescimento económico e gerar empregos. Segundo estudos recentes, e dados da União Europeia, a economia circular pode contribuir para um aumento de 0,5% do PIB da UE, e a criação de 700.000 novos postos de trabalho até 2030. Entre 2012 e 2018, o número de postos de trabalho relacionados com a economia circular na UE cresceu 5%, atingindo cerca de 4 milhões.
Estabelecimento de novas relações com os consumidores
Um dos principais fatores que impulsiona a economia circular é as exigências da sociedade em geral pela sustentabilidade. Os indivíduos estão cada vez mais atentos ao impacto das atividades industriais no ambiente, exigindo um futuro mais verde.
As empresas que lideram na adoção das medidas da economia circular, são vistas com mais respeito, desenvolvendo desta forma uma imagem mais positiva com a sociedade em geral. Para além disso, programas de retoma, apoio à reutilização e incentivo à reparação são excelentes formas de desenvolver relações mais longas e duradouras com os clientes.
Proteção do ambiente
Um dos pilares principais da economia circular é a proteção do ambiente. Toda a redução de consumo de matérias primas e reutilização de materiais, ajuda a retardar o uso dos recursos naturais.
As atividades humanas têm, sem dúvida, impacto no ambiente. Só com um grande esforço por parte de todos os membros da sociedade é que conseguimos proteger as paisagens, habitats e limitar a perda de biodiversidade. Nós, como indivíduos, somos parte do ambiente, e qualquer impacto que as nossas atividades tenham sobre a natureza que nos envolve, acaba também por impactar as nossas vidas.
Outro benefício da economia circular consiste na redução de emissão de gases com efeito de estufa. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, os processos industriais são responsáveis por 9,10% das emissões de gases com efeito de estufa na UE, enquanto que a gestão de resíduos representa 3,32% das emissões.
O futuro
A economia circular não é apenas uma tendência passageira; é uma necessidade urgente para a sustentabilidade a longo prazo da indústria global. Inúmeras empresas já incluem objetivos de sustentabilidade e adoção de medidas de economia circular nos seus planos de médio e longo prazo.
Como parte da União Europeia, as indústrias em Portugal devem começar a adotar estas medidas, de forma a contribuir para os objetivos europeus e a seguir as legislações atuais e futuras que a UE implementará nesta área.
Na Ruy de Lacerda estamos sempre atentos ao futuro e a qualquer alteração ou inovação que possam revolucionar o setor da reciclagem e da economia circular. A sustentabilidade é um conceito que nos acompanha desde a nossa fundação, ao longo de três gerações.
Visamos sempre apoiar os empresários e as indústrias portuguesas nos seus caminhos, e incentivar à adoção de medidas mais sustentáveis, juntamente com os nossos parceiros inovadores neste âmbito.
Por Sabino Borges
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The importance of the circular economy in industry
The global economy faces significant challenges with the scarcity of natural resources, climate change and the need to promote environmental sustainability. In this context, the circular economy is a model of production and consumption that involves the reuse, repair, renovation and recycling of existing materials and products in order to extend the life cycle of products.
The circular economy involves minimising waste and residues, keeping materials within the economy when a product reaches the end of its life cycle. In this way they can be used more than once, which creates more value. It doesn’t just encompass recycling and waste management, as it is a broad concept that includes redesigning processes, products and new business models, and optimising the use of resources. It thus aims to develop new products and services that are economically viable and ecologically efficient.
In this article we discuss the importance of the Circular Economy for companies, and how adapting to this model, which is undoubtedly the economic future at global level, can bring benefits to companies and countries’ economies.
Reduced dependence on imports
Companies can benefit greatly from this model, thanks to the reduction in dependence on raw materials, mitigating the risks associated with supply, such as price volatility, availability and dependence on imports. According to Eurostat, the European Union imports around half of the raw materials it consumes. This is extremely detrimental to companies’ strategies, which encounter unexpected obstacles due to reasons outside the EU, such as political conflicts or transport blockades and accidents.
As the world’s population increases and economies become more standardised in terms of development, countries tend to prioritise the raw material needs of local industries before exporting these materials to other countries. With greater autonomy in the sourcing of raw materials, companies can guarantee sustainable activity, regardless of international political factors.
Improving the competitiveness of the economy
The circular economy is here to stay and the European Union is implementing measures and legislation to encourage and support companies in adopting more sustainable measures. In March 2020 the European Commission presented the Circular Economy Action Plan, in which a resolution was adopted in February 2021 calling for additional measures to achieve a carbon-neutral and fully circular economy by 2050, including mandatory targets for the use and consumption of materials by 2030. In March 2022, the European Commission launched the first package of measures to accelerate the transition to a circular economy.
Companies that keep an eye on these requirements and proactively implement circular economy measures enjoy ‘first mover’ advantages, i.e. they gain competitive advantages ahead of their competitors. All companies will have to adopt more sustainable and circular economy measures in the future, so those that take the first steps now will be ahead of their competition in the future.
Job creation
The transition to a circular economy can also increase competitiveness, stimulate innovation, encourage economic growth and create jobs. According to recent studies and European Union data, the circular economy could contribute to a 0.5 per cent increase in the EU’s GDP and the creation of 700,000 new jobs by 2030. Between 2012 and 2018, the number of jobs related to the circular economy in the EU grew by 5% to around 4 million.
Establishing new relationships with consumers
One of the main factors driving the circular economy is the demands of society in general for sustainability. Individuals are increasingly aware of the impact of industrial activities on the environment, demanding a greener future.
Companies that lead the way in adopting circular economy measures are viewed with more respect, thus developing a more positive image with society in general. In addition, take-back programmes, support for reuse and incentives for repair are excellent ways of developing longer-lasting relationships with customers.
Protecting the environment
One of the main pillars of the circular economy is environmental protection. Any reduction in the consumption of raw materials and the reuse of materials helps to slow down the use of natural resources.
Human activities undoubtedly have an impact on the environment. It is only with a great effort on the part of all members of society that we can protect landscapes, habitats and limit the loss of biodiversity. We, as individuals, are part of the environment, and any impact our activities have on the nature that surrounds us also ends up impacting our lives.
Another benefit of the circular economy is the reduction in greenhouse gas emissions. According to the European Environment Agency, industrial processes are responsible for 9.10 per cent of greenhouse gas emissions in the EU, while waste management accounts for 3.32 per cent of emissions.
The future
The circular economy is not just a passing trend; it is an urgent necessity for the long-term sustainability of global industry. Numerous companies already include sustainability objectives and the adoption of circular economy measures in their medium and long-term plans.
As part of the European Union, industries in Portugal must start adopting these measures in order to contribute to European objectives and follow the current and future legislation that the EU will implement in this area.
At Ruy de Lacerda we are always on the lookout for the future and any changes or innovations that could revolutionise the recycling sector and the circular economy. Sustainability is a concept that has been with us since we were founded, over three generations.
We always aim to support Portuguese entrepreneurs and industries on their journeys and encourage the adoption of more sustainable measures, together with our innovative partners in this field.
By Sabino Borges