Sustentabilidade como Estratégia?
(English Below) 🇵🇹
ESG – persona non grata ou oportunidade de valor?
O tema da Sustentabilidade é controverso, ou não, dependendo do conhecimento e da vontade de adesão a um projeto que se deseja Europeu e Global. Talvez controverso por ser apresentado em termos de introdução / exigência legal em vez de o ser apresentado como uma Oportunidade baseada numa Estratégia Empresarial?
Recentemente a ACEGE-Núcleo do Porto convidou para uma abordagem sobre este tema, um orador de excelência, Nuno Moreira Cruz, Director – Católica Lisbon School of Business and Economics e Executive Director – Center for Responsible Business and Leadership, tendo a palestra sido orientada para uma abordagem sobre o tema da “Sustentabilidade como Estratégia” em modo de conversa provocadora, o que permitiu uma interacção intensa com os empresários e gestores presentes.
Sem lucro não há Sustentabilidade? Tema consensual ou ESG como persona non grata?
Colocar a Sustentabilidade como o centro de novos modelos de negócios, pela criação de valor em novas oportunidades e de melhorias ao nível reputacional, estando o interesse de todos os stakeholders balanceado e o propósito no interesse da empresa, sua afirmação, pela promoção do bem-estar dos colaboradores e de toda a sociedade.
Claro que é importante que os CEO´s se sintam a proteger o nosso Planeta, mas num pensamento para um business case com oportunidade de ganho de valor, ou ninguém acreditará?
A Europa, como aponta o Relatório Draghi, tem de se reformar e aplicar a desburocratização regulatória a favor da simplificação (nomeadamente para as PME´s), facilitando o reporting ESG, até pelo facto de existiriam nuvens ao nível da própria métrica, pela procura de equilíbrios! Ou assistirmos à banca, ancorada em consultorias, a exigir report de sustentabilidade, criando a desconfiança?
Ou seja, apostar na Sustentabilidade ESG como uma necessidade, mas aplicada de forma simplificada e numa lógica de Sustentabilidade Estratégica Empresarial?
Ver a ética como um activo, até porque a ética também vende, também é factor de diferenciação?
Muitos foram os temas em debate sobre a Sustentabilidade, da banca aos seguros, do mundo do trabalho à IA, até à necessidade crescente de espiritualidade!
Num mundo de maioria ao nível das Empresas Familiares o Código de Governo ESG (Ambiente-Social-Económico) para a ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) a proposta da Certificação EFR (Empresas Familiarmente Responsáveis) pode ser uma ponte para a elaboração de um Código de Governo ESG, pois vai muito para além do pilar “Ambiente” (A) e concentra-se nas condições e ferramentas de trabalho, na flexibilidade laboral, na conciliação trabalho-família, na formação contínua, no colocar as Pessoas no centro das organizações, no ambiente humanista, pela ética e no dar voz e autonomia de acção aos mais novos (S e G)?
A experiência ensina-nos que quando temos colaboradores bem formados, com caracter e princípios e se lhes dá “espaço”, se lhes dá “voz”, eles destacam-se e surpreendem, até pelo aumento da produtividade. Forneçamos orientações, removamos barreiras e deixemos o caminho livre.
E são muitos os exemplos, no mundo empresarial, a aplicarem a Sustentabilidade nos seus investimentos, simplesmente porque existem orientações e alertas dos “mercados”, não porque se exige um cumprimento legal!
Com a guerra na Ucrânia e a subida abrupta do preço do gás, assistimos à Indústria Portuguesa a tomar medidas, como são os exemplos do sector das porcelanas, têxteis, plásticos, metal, etc., através da análise sectorial do verdadeiro consumo de gás e electricidade afim de poderem reduzir esse consumo e manterem-se competitivos, seja pelo investimentos em tecnologias alternativas de baixo consumo, seja com o apoio da Academia na procura de novas soluções de poupança energéticas (Inovação Tecnológica), seja pelo investimento em energia fotovoltaica, eólica, geotérmica, hidroeléctrica, etc., até novas politicas de investimento na área da mobilidade elétrica e em novos conceitos de modelos de circularidade industrial. Como são claros os fortes exemplos no sector da reciclagem de plásticos, politicas de sustentabilidade por parte das Associações Sectoriais, das empresas de distribuição (retalho alimentar nacional e internacional), até na criação da RECAPS, a primeira entidade em Portugal a estabelecer um sistema integrado de recolha, transporte, tratamento e reciclagem de cápsulas de café, sociedade foi constituída com a colaboração da Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) e com a assessoria jurídica especializada por parte da SRS Legal, reunindo neste momento catorze das maiores marcas do sector que juntaram esforços em prol de um valor social maior: a promoção da sustentabilidade ambiental.
E todas essas acções, nacionais e a nível global, foram realizadas porque o sentido empresarial está sempre presente na procura de soluções de continuidade para a sua empresa, na criação de valor, a favor da estabilidade no seu núcleo empresarial, extensivo aos seus familiares. Com um sentido do bem comum!
A aposta na Sustentabilidade ESG é super actual, pela criação de verdadeiros Códigos de Governo ESG (Ambiental-Social-Económico), paradigmas de um ”novo mindset empresarial”, no respeito pelo Planeta e pela Sociedade, com orientações políticas, mas desburocratizando!
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SUSTAINABILITY AS A STRATEGY?
ESG – Persona Non Grata or Value Opportunity?
The topic of sustainability is controversial – or not, depending on knowledge and willingness to adopt a vision that is both European and global. Perhaps it is seen as controversial because it is introduced as a legal requirement rather than an opportunity rooted in a business strategy.
Recently, ACEGE-Núcleo do Porto invited an outstanding speaker, Nuno Moreira Cruz, Director at Católica Lisbon School of Business and Economics and Executive Director at the Center for Responsible Business and Leadership, to address the topic “Sustainability as a Strategy”. His thought-provoking talk fostered intense interaction with business leaders and managers.
No profit, no sustainability? Is this a consensus or is ESG a persona non grata?
Placing sustainability at the core of new business models creates value, opens new opportunities, and enhances reputation—balancing stakeholder interests while reinforcing a company’s purpose, well-being of employees, and social responsibility.
Of course, CEOs should care about protecting our planet, but will they only commit if sustainability is positioned as a business case with real value creation? Europe, as highlighted in the Draghi Report, must reform and simplify regulations, making ESG reporting more accessible for SMEs. Otherwise, will we see financial institutions, backed by consultancies, demanding sustainability reports and fostering distrust?
The goal should be to integrate ESG as a necessity—executed in a simplified manner and aligned with strategic business sustainability. Ethics, after all, is an asset—it sells and differentiates.
Many topics were debated at the event, from banking and insurance to the future of work, AI, and even the growing need for spirituality. In a world dominated by family businesses, ESG Governance Codes (Environmental, Social, and Economic) must go beyond just the “E” (Environment). The EFR Certification (Family-Responsible Companies), proposed by ACEGE, offers a bridge to a broader ESG framework, focusing on working conditions, labor flexibility, work-life balance, continuous training, and putting people at the center of organizations.
Experience shows that when employees are well-trained, principled, and given both space and voice, they thrive and exceed expectations driving productivity. Let’s provide guidance, remove barriers, and open the way forward.
Numerous business examples prove that sustainability is not just about legal compliance but about market-driven decisions. The war in Ukraine and rising gas prices have forced Portuguese industries such as porcelain, textiles, plastics, and metal—to analyze their energy consumption and adopt cost-saving measures. They have invested in alternative low-energy technologies, partnered with academia for innovation, and expanded renewable energy initiatives in solar, wind, geothermal, and hydroelectric power, as well as electric mobility and circular economy models.
A clear example is the plastics recycling sector and sustainability policies embraced by industry associations and major retailers. Another is RECAPS, Portugal’s first integrated system for collecting, transporting, processing, and recycling coffee capsules, established through a partnership between the Industrial and Commercial Coffee Association (AICC) and legal advisors at SRS Legal. It currently includes 14 major brands working together for a greater social value promoting environmental sustainability.
These initiatives both national and global demonstrate that businesses always seek continuity and value creation, ensuring stability for their employees and families, with a mindset for the common good.
The ESG sustainability movement is more relevant than ever, calling for real ESG Governance Codes (Environmental-Social-Economic) that drive a new business mindset one that respects both the planet and society while simplifying bureaucracy.